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Arquitetos: dRMM
- Área: 260 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Alex de Rijke, Tony Barwel, Jasmin Sohi, Jon Cardwell
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Fabricantes: Allgood, Aresi, Coexistence, IPIG, Mowat & Co
Maggie's Centres são espaços mantidos por uma instituição filantrópica que oferece suporte fisico e psicológico gratuito para pacientes em tratamento de câncer. Suas impressionantes estruturas arquitetônicas conhecidas como "a arquitetura da esperança", vem se difundido em todo Reino Unido desde 1996, quando o primeiro centro foi inaugurado em Edimburgo. Contando atualmente com 20 grandes centros construídos junto aos principais hospitais para o tratamento do câncer da NHS (Serviço Nacional de Saúde), estes centros são espaços responsáveis por acolher e promover qualidade de vida à seus pacientes. Sua estrutura de suporte tem o objetivo de preparar as pessoas para os desafios da luta contra o câncer e para que possam encontrar a força necessária, que quiçá não saibam que tem, para enfrentar esta difícil batalha.
O projeto para o Centro Maggie de Oldham é tudo isso muito e mais - mais focado em seu conteúdo do que nos aspectos formais do edifício. Uma caixinha de surpresas construída em madeira de maneira simples e sofisticada. Os pilares esbeltos que conformam a sua estrutura, fazem com que o edifício pareça flutuar sobre a exuberante vegetação nativa do jardim. A partir deste oásis central, uma árvore frondosa atravessa o edifício, trazendo a natureza para dentro. No interior os visitantes se deparam com um espaço repleto de luz e vistas inesperadas para o jardim, o qual é coroado pelo céu de Pennine.
A ampla utilização de madeira no projeto de Oldham faz parte de uma estratégia institucional do Maggie's que tem o objetivo de transformar o caráter asséptico da arquitetura hospitalar, geralmente configurando ambientes desprovidos de esperança e que por consequência, acabam por desanimar os pacientes. A madeira trás de volta a esperança, a humanidade, a escala humana e o aconchego necessário. O Centro Maggie de Oldham é o primeiro edifício não efêmero completamente construído a partir de madeira laminada colada sustentável de tulipwood, a partir da ampla experiência de pesquisa realizada sobre o material pela dRMM, a AHEC e a Arup. As paredes e a cobertura são visivelmente partes da estrutura integral do edifício, conformando ainda o requintado acabamento interior em madeira natural. O projeto dos painéis de madeira CLT de tulipwood foram cuidadosamente detalhados para cumprirem com sua função estrutural e ao mesmo tempo, ser o próprio acabamento - é perfeito, a estrutura como acabamento se parece mais com um móvel do que um tradicional material de construção. As peças que compõem o forro foram reutilizadas a partir das sobras de madeira do processo de fabricação dos painéis CLT, garantindo um desperdício quase zero.
Procuramos utilizar a madeira em todos os elementos do edifício. Considerando que os pacientes submetidos a quimioterapia muitas vezes sentem dor ao tocar objetos frios, também substituímos as maçanetas metálicas por outras de carvalho. O isolamento térmico de fibra de madeira garante que o edifício respire gerando um ambiente saudável, enquanto que as grandes aberturas são emolduradas por estruturas de carvalho branco americano. Externamente, o prédio é revestido por painéis de tulipwood termicamente tratados.
O Centro Maggie de Oldham é um manifesto da arquitetura para à saúde e para o bem estar, completamente construído em madeira. Sua execução só foi possível devido à enorme generosidade do Stoller Charitable Trust, o qual foi o principal responsável pelo financiamento da construção do Centro.